Mulheres com Endometriose têm um Maior Risco de Complicações na Gravidez, Incluindo Aborto Espontâneo e de Gravidez Ectópica
Fonte: Dunselman G, Saraswat L, Horne A, et al. ESHRE: Management of Women With Endometriosis. Human Reproduction. 2015.
Tradução: Ana Rita Arrais
Revisão: Dália Almeida
A Endometriose é uma doença em que o tecido que forra o útero cresce nos órgãos circundantes. Quando o forro uterino sai do útero, adere ao que se encontra em redor e forma adesões que ficam mais espessas e que sangram tal como se estivessem no útero. Por norma, esta situação causa uma dor extrema para as mulheres com esta doença. De acordo com a Women’s Health, estima-se que 5 milhões de mulheres Americanas (6 milhões de brasileiras e 180 milhões no mundo, de acordo com o Coordenador do Setor de Reprodução Humana e Endoscopia Ginecológica do Hospital Nipo-Brasileiro (HNB), Dr. Teiichi Ninomiya) sofram desta doença, com um aumento de probabilidade em mulheres entre os 30 e os 40.
O aumento da inflamação pélvica e as alterações estruturais e funcionais do útero que ocorrem devido à Endometriose são muito provavelmente o motivo por trás do aumento do risco de gravidez.
Um estudo do Reino Unido descobriu que mulheres com Endometriose têm uma maior probabilidade de experienciar complicações durante e após a gravidez, incluindo um risco mais elevado de aborto espontâneo e de gravidez ectópica. As mulheres com Endometriose que passam o marco das 24 semanas de gravidez têm também um maior risco de hemorragia pré e pós-parto, tal como de parto prematuro.
O estudo incluiu dados de âmbito nacional de todos os hospitais estatais na Escócia, revendo a informação descarregada de 14655 mulheres com relatórios de acompanhamento médico entre 1981 e 2010. Comparando os resultados reprodutivos e de gravidez de 5375 mulheres com um diagnóstico confirmado de Endometriose com 8280 mulheres que não tinham Endometriose, os investigadores foram capazes de analisar a prevalência de complicações em mulheres com a doença.
Após terem sido feitos os ajustes em relação a gravidezes anteriores e à idade, os pesquisadores concluiram que:
- as mulheres com Endometriose têm 76% mais probabilidade de aborto espontâneo do que as mulheres que não têm a doença;
- as mulheres com Endometriose também têm três vezes mais probabilidade de ter uma gravidez ectópica, um problema em que o óvulo fertilizado se implanta e desenvolve fora da parede uterina;
- as mulheres com endometriose tem um risco significativamente elevado de hemorragia e de parto antes de tempo.
Estes resultados deverão impulsionar os pesquisadores a adotar novas táticas de planejamento familiar para mulheres que têm esta doença. As portadoras de Endometriose devem ser alertadas para a totalidade dos riscos:
- uma maior probabilidade de aborto espontâneo e de gravidez ectópica durante o primeiro trimestre.
- que suas gravidezes vão necessitar de maior monitorização através de ecografias e mais vigilância para identificar potenciais complicações, tais como, sangramento e parto antes de tempo.
Embora os pesquisadores não queiram desencorajar completamente a gravidez de mulheres com Endometriose, estes querem que elas se encontrem mais bem informadas dos resultados possíveis.
Evite os riscos mais elevados de complicações,
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